:: Elisabeth Cavalcante ::
A maioria dos seres humanos já sentiu, em algum momento da vida, como se o mundo tivesse repentinamente se tornado totalmente cinzento e sem nenhuma cor.
Esta sensação sempre está relacionada ao nosso estado interior. A “noite negra da alma” contamina com sua escuridão tudo o que está à nossa volta. A origem de nosso sofrimento vem da negação de um princípio bastante simples: a vida é dor e prazer. Por isso, devemos vivenciar cada um destes momentos, quando eles se apresentam, sem esquecermo-nos de seu pólo oposto.
Quando a alegria bate à nossa porta, é fundamental que nos entreguemos com toda a intensidade, sabendo que ela é efêmera como a própria existência. Não deixemos escapar as oportunidades de ser feliz, sejam quais forem os motivos. Do mesmo modo, quando a dor se apresentar, devemos encará-la de frente, vivenciando-a, porém, com o sentimento interior de que ela também passará, como tudo o mais.
É preciso um esforço consciente para não permitir que o sofrimento nos torne cegos à beleza da vida. Sempre é possível recuperar a alegria de viver, basta que desejemos isto com todo o poder de nossa vontade.
Aliviar o sofrimento alheio pode ser um poderoso antídoto contra a nossa própria dor e é um valioso instrumento de cura, capaz de trazer de volta a cor ao nosso mundo cinzento.
Olhar à nossa volta, buscando encontrar no cotidiano razões que nos encham o coração de alegria, é um exercício que deve ser repetido diariamente, quando o desânimo toma conta de nós.
Mantenha a mente sintonizada com tudo o que a vida tem de belo. E reflita sobre as palavras de um maiores poetas de nossa música popular, Luis Gonzaga Junior, o Gonzaguinha, numa de suas composições mais inspiradas:
O QUE É, O QUE É?
E a vida, e a vida o que é, diga lá meu irmão, Ela é a batida de um coração, ela é uma doce ilusão? Mas e a vida, ela é maravilha ou é sofrimento? Ela é alegria ou lamento? O que é, o que é, meu irmão? Há quem fale que a vida da gente é o nada do mundo, É uma gota, um tempo, que nem dá um segundo, Há quem fale que é um divino mistério profundo, É um sopro do Criador, numa atitude repleta de Amor, Você diz que é luta e prazer, Ele diz que a vida é viver, Ela diz que o melhor é morrer, pois amada não é, E o inferno é sofrer, Eu só sei que confio na moça, E na moça eu ponho a força da FÉ, Somos nós que fazemos a vida, Como der, ou puder ou quiser, Sempre desejada, por mais que esteja errada, Ninguém quer a morte, Só SAÚDE E SORTE, E a pergunta roda, e a cabeça agita,
Eu fico com a pureza da resposta das crianças, É a vida, É BONITA, E É BONITA.
VIVER e não ter a vergonha de ser FELIZ, Cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um ETERNO APRENDIZ, Ah, Meu Deus, eu sei, eu sei, que a vida devia ser bem melhor, E SERÁ, Mas isso não impede que eu repita: É BONITA, É BONITA, E É BONITA